Lei da oferta e da demanda
Gerson LIMA[1]
O mercado de cada produto ou serviço e, portanto, todos os mercados vistos isoladamente ou em conjunto, funcionam sob a “Lei da Oferta e da Procura”, ou “Lei da Oferta e Demanda”. Esta Lei é considerada como um dos princípios básicos, aliás quase um sinônimo, da teoria econômica.
Durante algum tempo pretendeu-se eleger o mercado como um mecanismo que teria o poder de garantir a justiça econômica, no sentido de que, se o governo não interferisse, as forças de oferta e demanda levariam o mercado de cada produto ou serviço a se auto-regular no sentido de garantir emprego para todos e, ao mesmo tempo, que o salário e o lucro seriam “justos”. Porém, caso o mundo real se afastasse deste modelo, a teoria afirmava que o governo deveria intervir para que voltassem a funcionar as forças de oferta e demanda, assim assegurando o retorno da auto-justiça do mercado. A perfeição dos mercados e das pessoas levaria a oferta ao nível do emprego máximo que a economia pode oferecer. É só se e quando o mercado deixasse de ser perfeito, por acidente ou por erro dos trabalhadores ou empresários, é que a política econômica poderia ser usada para aumentar a produção e o emprego.
A idéia moderna é a de que a teoria de oferta e demanda dispensa a hipótese ad hoc da perfeição do mundo e que, portanto, o mercado não é auto-regulador no sentido da justiça ou do pleno emprego. A Lei da Oferta e Demanda assegura que o preço e a produção e, por conseqüência, todas as demais variáveis endógenas do sistema econômico, terão seus valores definidos pela interação entre ofertantes e demandantes e pelos níveis das variáveis exógenas, por exemplo as compras do governo e os impostos sobre a renda do consumidor e sobre o produto vendido, ou seja, pelas variáveis típicas de política econômica. A política econômica pode deslocar as curvas de oferta e de demanda e, assim, aumentar ou diminuir a produção e o ritmo de atividade da