LEGALIZAÇÃO DA MACONHA
CHICO VIGILANTE1 DE AGOSTO DE 2013 ÀS 21:05
A discriminalização, que já ocorre na prática no Brasil, uma vez que usuário não vai pra cadeia, não contribuiu para diminuir o consumo, a violência ou as mortes em torno do tráfico.
A aprovação pela Câmara dos Deputados do Uruguai do projeto de lei que legaliza a produção e o consumo da maconha no país, caso passe também pelo Senado, fará do Estado uruguaio o primeiro do planeta a assumir o controle de todo o processo de produção e venda da maconha dentro de seu território.
A discussão não é nova no Brasil e no mundo. Legalizar totalmente ninguém legalizou ainda. Portugal por exemplo descriminalizou o uso de várias drogas. Usar não dá cadeia, mas vender é proibido. Na Holanda é permitido fazer uso de maconha, inclusive em cafés próprios para este fim, mas a maneira como a droga chega nestes locais não está legalizada.
O assunto é tema de livros e filmes premiados nacionais e internacionais. Está nas redes sociais e sobre isso tenho lido muita coisa boa mas também muita asneira. As manifestações que ocorrem em grandes cidades do mundo, incluindo as brasileiras, demonstra que o assunto está na ordem do dia e que é necessário buscar consenso a respeito.
A questão é muito mais complexa do que se imagina. Não se trata apenas de cada um poder decidir o que é melhor para si, citando direitos constitucionais genéricos. A legalização do uso da maconha, assim como de qualquer outra droga, ou a descriminalização - não considerar crime a utilização da droga pelo usuário - abarca um incontável número de fatores contidos na saúde pública, na segurança pública, na educação, etc.
Certo é que o narcotráfico tem duas pontas, a do produtor e a do consumidor. Somente os EUA movimentam uma indústria de100 bilhões de dólares especificamente em torno da maconha. Muitos afirmam que só existe produção porque há um mercado consumidor. Mas o inverso também pode ser verdadeiro. Só existem