Legalizar A Maconha
Carlini faz parte de um grupo de pesquisadores brasileiros que analisa as propriedades terapêuticas da maconha desde 1960. Os estudos foram encabeçados pelo professor Jose Ribeiro do Vale, na Unifesp, e hoje têm focos em diversas partes do País. São Paulo, Santa Catarina e Minas Gerais reúnem os principais defensores da legalização da droga com objetivos medicinais.
Após 50 anos de estudo, a proposta é criar uma agência pública que regulamente a plantação, fabricação, e comercialização da maconha e viabilize o uso medicinal da droga, seja ele como fumo, cápsula ou spray, com controle e rigor.
Em entrevista ao iG, Carlini, que organiza e participa nesta terça-feira do simpósio "Por uma Agência Brasileira da Cannabis Medicinal" na Unifesp, relata as experiências bem sucedidas de países que já fazem o uso medicinal da droga, explica qual será o papel desse novo órgão e defende que o uso medicinal da maconha não provoca dependência química. iG: De que forma a maconha, como medicamento, poderia ser oferecida no Brasil?
Carlini: Teremos, no mínimo, três vias de introdução do medicamento: a maconha fumada, a droga via oral - oferecida em cápsula ou comprimido - e a maconha inalada, o spray bucal. iG: Quais os efeitos colaterais da maconha de uso medicinal e os efeitos do uso recreativo?
Carlini: Em relação ao uso recreativo, pode dar efeitos severos, como taquicardia, secura na boca e vermelhidão nos olhos. Pode produzir variações que vão da euforia ao mal-estar e à sensação de