le & fung estudo de caso
Na atual fase de evolução da logística, em que os problemas da Cadeia de Suprimento passaram a ser tratados estrategicamente dentro do Supply Chain Management, as fronteiras entre fornecedores e a manufatura, e entre essa última e o varejo, estão cada vez mais tênues. Antes, era a manufatura que dava as cartas na cadeia de valor, impondo produtos, preços e prazos aos atacadistas e varejistas. Com as experiências vividas pela Wal-Mart e outras cadeias varejistas, o cenário começou a mudar. Muitas das grandes empresas de varejo já não se satisfazem mais em comercializar produtos prontos. É comum definir suas próprias marcas e especificar vários produtos, indo atrás dos fornecedores que lhes ofereçam melhor qualidade, preços mais baixos e um bom serviço logístico. Tarefas, antes de domínio estrito do fabricante, como projeto do produto, acabamento e montagem, estão sendo feitas, hoje, por outros agentes da Cadeia de Suprimento.
Neste estudo de caso, procura-se focalizar um cenário bastante diferente da nossa realidade brasileira. Apesar da crise asiática, ainda temos muito que aprender com a experiência de alguns países daquela região. A mão-de-obra barata, que também dispomos, soma-se a agilidade empresarial com uma boa infra-estrutura logística, que ainda não temos no Brasil. O caso que se apresenta a seguir é baseado na entrevista de Victor Fung, presidente da empresa Li & Fung, de Hong Kong, à revista Havard Busines, Review (Magretta, 1998; Novaes, 1999).
A Empresa
A Li & Fung é a maior trading exportadora de Hong Kong, e uma inovadora no desenvolvimento do moderno Gerenciamento da Cadeia de Suprimento, num contexto globalizado. Fundada em 1906, em Cantão, sul da China, pelo avô de Victor Fung, a empresa foi a primeira companhia exportadora chinesa, numa época em que o comércio do país era controlado por empresas estrangeiras. Sua única vantagem comparativa, na época de sua criação, era que seus membros