Lazer

Resumo baseado no livro: Lazer e o Universo dos Possíveis – Sarah Bacal

Os gregos davam maior valor ao ócio (tempo livre) que à vida de trabalho; e tinham nele a condição essencial para a sabedoria. Logo o culto aos deuses torna-se uma função permanente, por se acreditar que para atingir a perfeição e a sabedoria, era necessária sua contemplação. O ócio podia ser considerado um estado de alma que consistia em o indivíduo sentir-se livre do trabalho. Diversão e recreio eram considerados diferentes do significado de ócio, já que eram meios do trabalhador se reconduzir às atividades de trabalho. Para Aranguren, o que tornou possível a vida de ócio grego foi a escravidão. Uma vez que a cultura helenística era dividida em 2 classes de homens: 1) Aqueles dedicados às tarefas de arte, à contemplação ou a guerra 2) Aqueles obrigados a trabalhar em condições precárias (escravos). Enquanto para os gregos a base da conquista da felicidade é a função primordial do ócio; os romanos encontravam no ócio descanso e diversão, necessários para a preservação das condições de poder trabalhar.

Grécia: SKOLÉ – contemplação – Mundo Oriental
Roma: ÓTIUM – descanso – Mundo Ocidental

Durante a Idade Média, observa-se um novo tipo de ócio. O ócio ostensivo se apresenta como motivo de distinção e poder. Esse tipo de pessoa não se entregava ao exercício da contemplação, mas ostentava o luxo. Nos primórdios do cristianismo, a valorização do ócio e da contemplação passa a ser em busca da Verdade Religiosa. Para os Padres da Igreja, a meta final era a salvação, a outra vida no Reino do Céu. Logo o trabalho era entendido como algo desagradável, feito por necessidade. Era um castigo imposto, como uma injunção da precariedade humana e como instrumento de purificação. A Igreja considerava a vida neste mundo menos importante que a vida futura, trabalhos e dificuldades deviam ser suportados, enquanto se aguardava a felicidade eterna. A