laudas filosoficas
“... quero contar brevemente a história de Janusz Korczak, um pedagogo, espécie de unanimidade nacional polonesa. Desde o começo parecia ter uma enorme dedicação às crianças. Entre outras coisas que havia se programado para não ter filhos, uma vez que seu pai era doente mental e ele achava que as doenças mentais eram hereditárias. Parece que esse terror à loucura o impele ao pólo oposto. Assim Korczak, que na época da Segunda Guerra Mundial já era bastante famoso, dizia que qualquer criança pode melhorar e crescer; do adulto, antes desconfia, depois confia; da criança, antes confia, depois desconfia. Dirigia um orfanato, no qual a primeira coisa que se fazia era discutir as leis do orfanato. Uma coisa que é muito importante para as crianças é que elas gostam de IMAGINAR; às vezes a gente vê um prego e para criança não é um prego, mas o mastro de um veleiro há singrar os mares; um pouco de papel amarrotado pode ser a bola de um animado jogo ou o sol de uma boneca. Neste orfanato, havia então um lugar dos achados e perdidos, de tal forma que qualquer criança encontrando alguma coisa no chão levava para o achados e perdidos, por que ele dizia que as crianças são também um pouco distraídas: estão brincando, começam a brincar com outra coisa, mudam de idéia, querem retornar à primeira brincadeira, e não sabem onde colocaram os brinquedos delas. Nada, pois, se jogava fora no orfanato de Korczak. Dizia que as crianças tinham o direito de ter diversos humores durante o dia; assim, não é problemas se uma delas não quer comer quando todos estão comendo, pode ser que ela queira ficar um pouco só e isso não é motivo para ser punida. No orfanato de Korczak, então, havia uma sala ao lado do refeitório em que uma criança que não quisesse comer podia ficar fazendo outras coisas enquanto as demais comiam e ao mesmo tempo não estar segregada. Isso não teria nada de extraordinário se a maré contrária não fosse absolutamente avassaladora. Porque no tempo de uma