Caso e Função Sintática O Latim é uma língua sintética. Sua sintaxe pertence ao grupo das línguas de declinação. E difere da sintaxe do Português, língua analítica. A função sintática dos nomes no Português é indicada, geralmente, pela posição (rígida) que o nome ocupa na frase ou por uma preposição. Os romanos mataram os inimigos na luta. (sujeito + verbo + objeto direito + adjunto adverbial). As terminações nominais variam apenas em gênero e número. A posição dos sintagmas é que determina sua função sintática. É diferente dizer Os inimigos mataram os romanos na luta. Em Latim, as terminações nominais expressam além do gênero e do número também as funções sintáticas, o que permite que a posição dos nomes na frase seja, muitas vezes, totalmente livre. Romani pugna necauerunt inimicos. (sujeito + adj. adv. + verbo + o.d.) = Romani inimicos pugna necauerunt. (sujeito + o.d. + adj. adv. + verbo) = Pugna inimicos romani necauerunt. (adj. adv. + o.d. + sujeito + verbo) = Inimicos pugna necauerunt romani. (o.d. + adj. adv. + verbo + sujeito) = Necauerunt pugna romani inimicos. (verbo + adj. adv. + sujeito + o.d.) = Necauerunt inimicos pugna romani. (verbo + o.d. + adj. adv. + sujeito). O oposto seria: Inimici pugna romanos necauerunt. Os inimigos, na luta, mataram os romanos. Diferenciamos então, sob um aspecto, o Português do Latim atribuindo ao primeiro funções sintáticas e ao segundo casos. No primeiro o nome mantém sempre a mesma forma em todas as funções sintáticas, no segundo o nome apresenta formas variadas, chamadas de casos, denominação oriunda do vocábulo grego ptosis que denotava as diferentes relações em que pode se encontrar uma palavra. São seis os casos em Latim, e sua correspondência com as funções sintáticas, grosso modo, são as seguintes: Nominativo - sujeito, predicativo do sujeito Genitivo - adjunto adnominal (restritivo) Acusativo - objeto direto