lamarck
Seu "defeito", que hoje o faz ser um pouco ridicularizado, foi não ter tido provas suficientes para esclarecer seus argumentos. Descreverei seu exemplo mais clássico para situá-los nessa discussão.
Lamarck tinha uma concepção evolutiva que alguns historiadores denominam "transformismo". Para ele, ao longo do tempo as espécies mudavam de uma forma para outra, persistindo suas linhagens, que não se ramificavam nem se extinguiam. Para isso, ele tinha duas explicações.
A primeira consistia em uma "força interna" desconhecida que levava a prole a ser levemente diferente de seus genitores. Com várias gerações, a linhagem estaria transformada, talvez até produzindo uma nova espécie.
A segunda, que é a mais conhecida, é a herança dos caracteres adquiridos. Lamarck sugeriu que a espécie poderia ser transformada se as modificações adquiridas fossem passadas para a prole.
Sua discussão mais famosa sobre a segunda explicação é a do pescoço da girafa. As girafas, segundo ele, teriam esticado seus pescoços para se alimentar das folhas mais altas das árvores. O esforço delas teria esticado o pescoço. Os pescoços longos teriam sido herdados pela sua prole e após várias gerações, o resultado seria o que vemos hoje.
O fato de ele ter usado o termo "esforço" sugeriu que a evolução aconteceria de acordo com a vontade do organismo, e por isso foi muitas vezes caricaturada. O que ele quis dizer não foi exatamente um esforço consciente, apenas uma flexibilidade no desenvolvimento individual.
A ideia da herança dos caracteres adquiridos não foi originalmente de Lamarck. Ela já era discutida por filósofos, como Platão, por exemplo. Lamarck apenas a adaptou para tentar explicar os mecanismos de evolução.
A rejeição imediata das teorias de Lamarck foi primeiramente, por ele ser uma pessoa de difícil convivência e por possuir