Laboratorio de pesquisa social
INTRODUÇÃO:
Essa pesquisa será desenvolvida nas comunidades quilombolas de Cacimbinha e Boa Esperança de Presidente Kennedy no Estado do Espírito Santo e Deserto Feliz e Barrinha de São Francisco de Itabapoana no Estado do Rio de Janeiro. O passado dessas comunidades remonta aos escravos que recusaram a trabalhar de maneira forçada nas fazendas de café e cana-de-açúcar da região. Os membros dos grupos cultuam a ancestralidade, preservando os rituais herdados dos parentes escravos.
Hoje, eles sobrevivem do trabalho na cidade, seja no setor industrial, construção civil ou serviços domésticos, mais cultivam a agricultura de subsistência herdada dos ancestrais. Para nossa pesquisa partimos da premissa que é preciso conhecer a própria identidade cultural do povo de uma comunidade e seus costumes herdados de sua ancestralidade, tais como: elementos, símbolos, instrumentos, concepções da cultura que poderão mais adiante servir de base para um projeto interventivo de problemáticas detectadas e apontar a partir das concepções etno-antropológicas direções para a reconstrução do conhecimento da cultura africana, de onde advém o ramo familiar dos membros dessas comunidades.
Levando em consideração que a transmissão dos conhecimentos e as tradições foram feitas oralmente de pais para filhos, foi no campo da cultura antropológica que encontramos a definição dessa realidade. No texto “Cultura, Desenvolvimento Local, Solidariedade e Educação” de Vicente Fideles de Ávila, ele cita o antropólogo americano Alfred Kroeber, que deu sua contribuição ao tema e serviu de base para que o autor Roque de Barros Laraia elencasse em seu livro Cultura: um conceito antropológico, oito características descritivas, das quais citamos duas:
“1 - A cultura, mais do que herança genética, determina o comportamento do homem e justifica suas realizações”;
“7 – A cultura é um processo acumulativo, resultante de toda a experiência