Labirintos sociais
Dissertar sobre produção e reprodução sócio-cultural e a resistência que oferecemos a pensamentos pré-concebidos é algo que requer uma visão extremamente globalizada de, praticamente, todas as relações interpessoais que a humanidade dispõe para comunicar-se entre si. Para iniciar a discussão, nosso professor calcou-se na referência literária de Pierre Boudier. Este autor fala sobre o “poder que não se deixa ver”, os “aparelhos ideológicos do estado (AIE)”, “violências não físicas”, como o estado perpetua sua forma de pensar, através desses aparelhos ideológicos: política, ciência, meios de comunicação, igreja, etc. Na verdade, as formas de disseminar conceitos são tantas e diversificadas que se torna muito difícil citar todos estes mecanismos. Tentarei, no decorrer destas linhas, discorrer sobre alguns que considero mais presentes nas relações humanas. Os detentores do poder reproduzem ações passadas em busca da perpetuação desta situação, visando à manutenção do seu “status quo”, mas os componentes das classes menos favorecidas também, muitas vezes, fazem o mesmo colocando apenas a culpa da sua miséria no “governo”, sem buscar outras formas de melhorar a sua situação de vida. O descaso com a educação, como diria Renato Russo, ou a “vida de gado”, como Zé Ramalho fala, situam-se exatamente neste caso. O menor poder de discernimento da população em geral torna muito mais fácil a aceitação de qualquer discurso um pouco mais elaborado, mesmo sem um fundo de verdade mais plausível, na maioria das vezes. Logo, reproduzir comportamentos de seus antepassados – também desfavorecidos socialmente – é o caminho mais óbvio, em alguns casos, inevitável. No Brasil, onde ainda hoje se troca votos por comida e promessas vãs, esta realidade é tão presente quanto assustadora e - o pior - sem perspectivas de mudanças neste aspecto, por muitos anos ainda.
Alguém, então, pode citar que os EUA é o país do mundo onde se dá o