Labio leporino
Introdução
As fissuras lábio-palatais são anomalias congênitas e integram dois grupos distintos de nosologias, do ponto de vista etiológico, a saber:
- Fissura de lábio (unilateral ou bilateral) ou fissura lábio-palatino, resultantes da falta de fusão dos processos nasais da proeminência frontal com o processo maxilar na sétima semana de desenvolvimento embrionário.
- Fissura palatina, resultante da falta de fusão, na linha mediana, dos processos bilaterais independentes do maxilar por volta da décima segunda semana de vida intra-uterina.
Estudo epidemiológico realizado por Fogh-Andersen em 1942, citado por Saxén, verificou que descendentes de portadores de fissura de lábio ou lábio-palatino apresentavam freqüência maior deste tipo de fissura; por outro lado, descendentes de portadores de fissura palatina apresentavam ocorrência maior de fissura palatina. Outro estudo observou que a hereditariedade poderia desempenhar papel importante no aparecimento da fissura de lábio ou lábio-palatino, enquanto fatores ambientais deveriam ser analisados no estudo da fissura palatina. A maioria dos casos de fissura têm padrão de herança multifatorial, estando uma minoria relacionada a um gene mutante específico, aberração cromossômica ou agentes ambientais específicos.
Estudos das possíveis associações do aparecimento de fissura em relação ao peso ao nascer, idade gestacional, ingestão de drogas nos primeiros meses de gestação e variação sazonal procuraram contribuir para o entendimento do desenvolvimento facial para se detectar o aparecimento da fissura.
O presente estudo usa abordagem caso-controle para investigar fatores de risco em relação ao aparecimento de fissura. Estudou-se a possível associação entre fissuras orais e as variáveis: morar na zona rural (nos 4 primeiros meses de gestação), exposição à poluição(nos 4 primeiros meses de gestação), aplicação de pesticida e/ou herbicida na lavoura pelos pais, história de parentesco entre