LA BONNE NOUVELLE DU SALUT EN JÉSUS-CHRIST
(“A Boa Nova da salvação em Jesus Cristo”). Paris: Les Éditions du CERF, 2007. (528 pp.)
Raymond Winling, nascido em 1924, é professor emérito da Faculdade de Teologia de Strasbourg, onde ensinou História da Teologia e História dos Dogmas.
O autor começa por recordar-nos que vivemos em uma sociedade marcada pela civilização judaico-cristã, cuja abolição da pena de morte é considerada um avanço decisivo. Dentro desta civilização é difícil admitir que Deus possa exigir a morte de seus filhos para obter a salvação. Para ele, cristologia e soteriologia no NT estão estreitamente ligadas: falar de Jesus Cristo (Messias) é falar de sua dignidade excepcional e de sua obra de salvação. Sua proposta é a de estudar a concepção de salvação tal qual se apresenta no NT.
Na primeira parte da obra, Raymond Winling trata da “dimensão soteriológica da pregação e do agir de Jesus pré-pascal” e, para isso ele invoca o horizonte religioso e cultural no qual ele se inscreve, ou seja, dentro do judaísmo do primeiro século em contato com o mundo helenístico. É deste meio a originalidade de sua pregação sobre o Reino de Deus e de seu comportamento, bem como os desenvolvimentos doutrinais dos escritos do N.T. Antes, porém, ele apresenta as concepções de salvação provenientes do A.T., as esperas escatológicas que daí são derivadas e, de modo geral, a necessidade de salvação como se expressa no judaísmo da época.
Como exigências para este Reino de Deus, Raymond apresenta a conversão como sendo a descoberta da bondade misericordiosa de Deus; a fé que consiste em estar de acordo com a sua palavra em um consentimento sem reserva; a nova justiça como dom e graça ligada ao Reino de Deus e que permite uma fidelidade nova e radical à vontade de Deus; finalmente o espírito de serviço no lugar do espírito de dominação.
Outra questão desenvolvida dentro deste capítulo é, se Jesus tinha consciência de ser pessoalmente ligado ao