la arquitectura romana
O desenvolvimento da urbanística praticada nos tempos barrocos, bem como as iniciativas de tratamento cenográfico que o espaço urbano viria sofrer, estão quase sempre vinculados ao surgimento e expansão, na Europa dos séculos XVI e XVII, da chamada “cidade capital”. A imensa concentração de poder político que estes núcleos urbanos retinham, derivada da administração absolutista dos novos Estados, viria a contribuir para a viabilização econômica destas ações projetuais. Para revelar simbolicamente o poder sobrenatural dos governantes (reis, imperadores, papas), as mais importantes cidades européias passariam por vastos processos de renovação urbanística ditados freqüentemente por intervenções baseadas em reformulações viárias – novas ruas e avenidas que cortariam os núcleos preexistentes, ou seriam a base para o
“desenho” dos aglomerados de nova fundação. Das diversas possibilidades de abertura de artérias de circulação no ambiente da cidade, os planejadores barrocos acabariam privilegiando a construção de ruas mais largas, diretas e retilíneas, principalmente aquelas que se caracterizariam como amplas avenidas. Na “Grand Manner”, as avenidas serviam para inúmeras ações ligadas ao uso do espaço urbano e à sua conformação estética: intervenções derivadas da busca por um funcionamento mais adequado da cidade – contribuindo para assegurar o caráter de modernidade dos núcleos que se afirmavam como importantes sedes de poder – e para o seu aformoseamento. Contudo, para além da urbanística o conceito de “cidade barroca” se apresentaria mais vasto e complexo: estaria indissociavelmente vinculado à apreensão artística do núcleo urbano, ou seja, seria oriundo da valoração estética de sua paisagem – se confundindo com o princípio de “cenografia urbana barroca”. Deste modo, a atribuição de uma condição barroca à cidade não poderia simplesmente derivar da análise de seu “desenho”, da tipologia das