“O texto é um evento sociocomunicativo, que ganha existência dentro de um processo interacional. Todo texto é resultado de uma coprodução entre interlocutores: o que distingue o texto escrito do falado é a forma como tal coprodução se realiza. No texto escrito, a coprodução se resume à consideração daquele para quem se escreve, não havendo participação direta e ativa deste na elaboração linguística do texto, em função do distanciamento entre escritor e leitor [...] O texto falado, por sua vez, emerge no próprio momento da interação. Como se costuma dizer, ele é o seu próprio rascunho. Por estarem os interlocutores copresentes , ocorre uma interlocução ativa, que implica um processo de coautoria”.1 “[...] Pode-se levar em conta, além do critério do meio, oral ou escrito, o critério da proximidade/distância (física, social, etc.), bem como o envolvimento maior ou menor dos interlocutores”.2 “[...] Em se tratando de uma atividade de coprodução discursiva, os interlocutores estão juntamente empenhados na produção do texto: eles não só procuram ser cooperativos, como também conegociam, coargumentam (MARCUSCHI, 1986) a tal ponto que não teria sentido analisar separadamente as produções de cada interlocutor. Por fim, como é a interação (imediata) que importa, ocorrem pressões de ordem pragmática que se sobrepõem, muitas vezes, às exigências da sintaxe. São elas que, em muitos casos, obrigam o locutor a sacrificar a sintase em prol das necessidades da interação [...] ” 3 “[...] Assim sendo, o texto falado não é absolutamente caótico, desestruturado, rudimentar. Ao contrário, ele tem uma estruturação que lhe é própria, ditada pelas circunstâncias sociocognitivas de sua produção e é a luz desta que deve ser descrito e avaliado”. 4 “Na fase de aquisição da escrita, a criança transpõe para o texto escrito os procedimentos que está habituada a usar em sua fala[...]” 5 “Na oralidade, é comum serem os referentes recuperáveis na própria situação discursiva: basta, assim