KIERKEGAARD

1913 palavras 8 páginas
KIERKEGAARD dinamarquês Søren Abbye Kierkegaard (1813-55) foi um dos mais importantes e originais pensadores do século XIX, sendo considerado o filósofo que inaugura o existencialismo. Sua obra discute questões filosóficas, teológicas e literárias, sempre em um estilo fortemente pessoal e com frequência recorrendo a um alter ego ou a heterônimos. Filho de um pastor protestante e profundamente marcado pela educação austera de sua família luterana, Kierkegaard manteve durante toda a vida uma relação conflituosa com a igreja oficial da Dinamarca. Depois de graduar-se em teologia na Universidade de Copenhagen, defendeu tese, em 1841, sobre o conceito de ironia em Sócrates, passando em seguida um período em Berlim estudando filosofia, quando teve contato com Friederich Schelling. A problemática central de Kierkegaard é exatamente a irracionalidade de nossa experiência do real, a impossibilidade de tomarmos decisões de maneira racional e de justificarmos nossa ação de um ponto de vista ético. A questão ética fundamental reside, assim, na necessidade de fazermos escolhas frente à impossibilidade de ter certeza delas e de poder justificá-las. É necessário, para isso, dar um “salto no escuro”, que consiste na fé e está além da racionalidade, da justificação ou mesmo da compreensão.
TEMOR E TREMOR Ética e fé
Em seu texto Temor e tremor retoma a história de Abraão e do sacrifício de seu filho Isaac, narrada no livro do Gênesis (22, 1-19), no Antigo Testamento, e discute a questão do supremo sacrifício, sem esperança de recompensa, explicação ou justificativa. Kierkegaard discute as situações-limite em que princípios éticos, como proteger a vida do próprio filho, são postos à prova por um princípio mais elevado, uma ordem divina, a que obedecemos pela fé, que é cega, mesmo sem compreendê-la. O conflito se dá, então, entre a ética e a fé, entre o que compreendemos e o que não compreendemos, mas em que cremos. Kierkegaard não defende simplesmente a fé, ele explora os conflitos

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