Kierkegaard e Rollo May

2943 palavras 12 páginas
KIERKEGAARD E ROLLO MAY:
REFLEXÕES SOBRE A EXISTÊNCIA E O HOMEM MODERNO

No século XIX, observam-se alterações nas concepções que as pessoas tinham delas mesmas, essa mudança está baseada na substituição da razão autônoma pela razão técnica, no surgimento das ciências autônomas, onde cada cientista produzia a sua concepção a respeito de um mesmo tema, sem integração de pensamentos, não havia unidade. Com a aceleração desse movimento, que repercutiu nas esferas econômicas e sociológicas, houve a desintegração dos valores humanos. No que se refere à vida psicológica, esse século produziu a segregação da “razão” e das “emoções” e a crença no controle racional transformou-se em repressor de emoções. É nesse cenário que a ansiedade aparece como problema, e que podemos observar o início do movimento existencialista como também a produção de Soren Kierkegaard (1813- 1855). Esses filósofos opunham-se ao sistema racional que era desenvolvido pela sociedade industrial. Nesse momento, a busca fazia-se para promover o encontro de um novo significado da vida numa realidade de que os homens tinham se afastado.
A existência humana passou a ser entendida como uma resposta a forças ambientais, ao passado, a forças psíquicas, ou como um potencial a ser desenvolvido. Em todos estes modos, o homem moderno será aquele que deverá buscar o controle sobre a própria vida, evitando os imprevistos, fugindo ao fracasso, tornando-se bem-sucedido. A procura da perfeição irá permear suas ações e escolhas, e o mundo do mais forte e jovem, do mais belo, mais rico e mais esperto passará a constituir o sonho e a meta da grande maioria. Levar vantagem sempre, vencer, consumir, superar todas as adversidades, como o envelhecimento, a doença e quem sabe, a própria morte, transformou-se em um ideal a ser atingido para se considerar feliz e ajustado à sociedade. Os fins passaram a justificar os meios e a vida foi transformada em uma corrida sem linha visível de chegada, eis o projeto

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