kayapos
Além de uma convivência em comum e da busca por um tipo de sociabilidade ideal -- em que as pessoas prezam pelo estabelecimento de boas relações, esforçando-se para evitar o surgimento de estados emotivos desagradáveis desencadeados pela ira, pelo ciúme e disputa por recursos – todos se sentem fortemente ligados, em termos afetivos, ao espaço-território representado por Las Casas.
Todavia, a vivência neste “lugar”, para onde voltaram em 1996, implicou em uma série de
“readequações” (quanto à estrutura social) e de “reinterpretações” (quanto a relação entre “vivos” e
“mortos”, entre homens e mulheres e entre categorias de idade diferenciadas), tornando-se condição para a formação daquele novo “coletivo” Caiapó. Apesar desta configuração, que dá àquela realidade um ar de singularidade, o grupo de Las Casas permite entrever que o “constante” Caiapó seria um modo de “construir-se no espaço-território” e é isto que pretendo demonstrar.
Cabe esclarecer que, devido à particularidade da situação etnográfica de Las Casas e de uma certa dificuldade em aplicar noções que estão presentes nos estudos Caiapós, optei por trabalhar não somente com a literatura concernente a esse povo indígena. Também busquei referências e idéias em outros estudos etnográficos, pois entendi que isto me ajudaria a construir um exercício de análise mais adequado para dar conta da situação específica de Las Casas. Aliás, tampouco me restringi aos estudos em etnologia indígena, pois busquei também