Kant
No tempo, pois, nenhum conhecimento pre¬cede a experiência, todos começam por ela.
Mas se é verdade que os conhecimentos deri¬vam da experiência, alguns há, no entanto, que não têm essa origem exclusiva, pois poderemos admitir que o nosso conhecimento empírico seja um composto daquilo que recebemos das impres¬sões e daquilo que a nossa faculdade cognoscitiva lhe adiciona (estimulada somente pelas impres¬sões dos sentidos); aditamento que propria¬mente não distinguimos senão mediante uma longa prática que nos habilite a separar esses dois elementos.
Surge desse modo uma questão que não se pode resolver à primeira vista: será possível um conhecimento independente da experiência e das impressões dos sentidos?
Tais conhecimentos são denominados “a prio¬ri”, e distintos dos empíricos, cuja origem e a posteriori”, isto é, da experiência.
Aquela expressão, no entanto, não abrange todo o significado da questão proposta, porquanto há conhecimentos que derivam indiretamente da experiência, isto é, de uma regra geral obtida pela experiência, e que no entanto não podem ser ta¬chados de conhecimentos “a priori”.
Assim, se alguém escava os alicerces de uma casa, “a priori” poderá esperar que ela desabe, sem precisar observar a experiência da sua queda, pois, praticamente, já sabe que todo corpo aban¬donado no ar sem sustentação cai ao impulso da gravidade. Assim esse conhecimento é nitida¬mente empírico.
Consideraremos, portanto, conhecimento “a priori”, todo aquele