Kant e Stuart Mill
Todo o ser humano, cada um à sua maneira, reconhece que existem determinadas ações que são eticamente erradas e outras eticamente corretas. Todos nós sabemos que é correto e nosso dever ajudar um idoso a atravessar a rua e todos sabemos que é absolutamente errado roubar. Temos esse conceito interiorizado mas nem sempre é fácil agir de uma forma eticamente aceitável, visto que, fazê-lo implica por vezes abstermo-nos de alguns dos nossos próprios interesses. Gera-se então um conflito entre a ética e o interesse pessoal. Então porque havemos de ser morais? Não será mais racional cada um agir apenas e função do interesse pessoal, ignorando a influencia da nossa consciência moral, preocupando-nos unicamente connosco.
Existem duas teorias que procuram fundamentar ou justificar o certo e o errado. A ética utilitarista de Stuart Mill e a ética deontológica de Kant.
Comecemos pela ética deontológica, desenvolvido primeiro, em meados do ano 1785 por Kant. Kant afirma que as ações devem ser avaliadas segundo o seu valor moral, ou seja na avaliação de atos o que deve ser tido em conta são as máximas que movem o agente (máximas são regras ou princípios que nos indicam os motivos do agente). Por vezes fazemos o que está certo, realizamos atos corretos mas o motivo que nos moveu a fazê-lo não tem qualquer valor moral. Os atos devem ser realizados baseados num sentimento de dever e não por interesses pessoais (mera conformidade com o dever). Para Kant, o valor moral de uma ação depende da máxima que lhe subjaz. O filósofo pensa que o nosso sentido de dever deriva da razão. Quando agimos segundo o nosso dever, estamos a agir racionalmente, caso contrário agimos em função de desejos não racionais.
A ideia de Kant é que toda a moral provém de um princípio racional fundamental – o imperativo categórico. Uma das fórmulas desse princípio consiste na fórmula da lei universal. Esta afirma que só devemos agir segundo máxima que possamos querer universalizar, ou