Jürgen Habermas e a Teoria da Cultura

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A necessidade de reconhecimento político entra para o debate acadêmico a partir da década de 90, aproximadamente, quando um grupo de intelectuais identificados com a causa do multiculturalismo abre espaço para o debate sobre a problemática do reconhecimento das identidades coletivas e as sobrevivências das culturas. A questão que está no centro desse debate pode ser resumida na manifestação do filósofo alemão Jürgen Habermas:
Depois de compreendermos verdadeiramente esta ligação interna entre a democracia e o Estado constitucional, tornar-se-á claro que o sistema de direitos não ignora nem as condições sociais desiguais, nem as diferenças culturais. O que é considerado como direitos iguais para as mulheres ou para as minorias étnicas e culturais nem sequer pode ser corretamente entendido até os membros desses grupos articularem e justificarem, em discussão pública, o que é importante para o tratamento igual ou desigual em casos típicos. (HABERMAS, ANO).
A partir desse enfoque, explique como o tema apresentado se insere na teoria da cultura e em que aspecto ele se identifica com a evolução teórico-metodológica da Antropologia Cultural.

O tema apresentado é estudado na teoria da cultura como questão de identidade. É a necessidade de que os membros daqueles grupos sociais mencionados – mulheres ou minorias étnicas – estabeleçam quais são seus marcadores (de Giddens), i.e, quais são os traços, as características, que os definem como sendo de seu grupo, e não de outro. Assim esse grupo forma sua identidade, articulando e justificando suas características próprias, compreendendo sua própria cultura. É preciso, em primeiro lugar, que cada indivíduo – e logo, cada grupo – afirme sua identidade, para depois buscar expectativas apropriadas a ela.
O estudo da personalidade de grupo e seus processos mentais consiste na evolução teórico-metodológica da Antropologia Cultural que se distancia das explicações de causalidade psicobiológica ou de raça.

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