Juventude, politica e religião
Aliás, no atual estágio em que se encontram as ditas políticas de inclusão dos jovens de famílias de baixa renda, tem-se a sensação de que lema a ser seguido é “fazer, fazer e fazer”. E assim tem sido. Resta saber se esse fazer que pouco ou nada compreende do que está acontecendo tem atingido o âmago do problema que acredita estar resolvendo. Sem negar a relevância das políticas de inclusão em vigor em nossa sociedade, gostaríamos de trazer para o nosso debate as seguinte questão: é possível com esse tipo de política, construir um sujeito ético?
A Difícil construção do sujeito ético
Segundo Chauí. A ação ética é balizada pelas ideias de bom e mal, justo e injusto, virtude e vício, isto é, por valores que podem variar de uma sociedade para a outra ou na história de uma mesma sociedade, mas que propõe sempre uma diferença intrínseca entre condutas, segundo o bem, o justo e o virtuoso... a ação ética só virtuosa se for livre e só será livre se for autônoma, isto é, se resultar de uma decisão interior ao próprio agente e não vier da obediência a uma ordem, a um comando ou uma pressão externo .
As políticas de inclusão que cada vez mais fragmentam esses jovens nas suas escolhas acabam criando uma ética normativa porque acreditam que essa é a função das iniciativas do poder público, a saber: oferecer aos jovens alternativas de socialização para evitar sua entrada no mundo do crime. Aqui, a ética como algo externo e moralista aparece, como acentua Chauí, de forma clara e indiscutível. O controle sobre os jovens é reforçado por todos os lados, aliás para participar dos benefícios dos programas os jovens devem se comprometer a construir seu comportamento na direção desejada pelo programa. Na realidade, tais programas são concebidos para combater a violência ou impedir que jovens fiquem vulneráveis a ela. Entretanto a violência é ainda construída como sendo um atributo do indivíduo e não uma consequência estrutural, como