justiça
Sócrates juntamente com Céfalo, pai de Polemarco discutem a definição de justiça, e o filósofo grego afirma que a justiça não pode ser simplesmente “dizer a verdade a restituir aquilo que se tomou”. Neste instante Polemarco diz que justiça significa exatamente isso, pois se deve dar crédito a Simónides, um poeta lírico grego, que dizia “que é justo restituir a cada um o que se lhe deve”
Primeira tese defendida por Polemarco: “É justo restituir a cada um o que se lhe deve”.
Esta tese seria atribuída a Simónides, o maior poeta lírico grego. Sócrates responde fazendo uma pergunta a Polemarco: “se uma pessoa estiver privada da razão e nos emprestar uma arma, devemos devolver-lha?” Assim, para Sócrates, houve uma interpretação errada do que disse o poeta, pois a justiça consistiria em restituir a cada um o que lhe CONVÉM, e a isso Simónides chamou de restituir o que é devido.
Segunda tese defendida por Polemarco: “A justiça consiste em amar e fazer bem aos amigos, e odiar e fazer mal aos inimigos”.
Sócrates responde que em primeiro lugar é preciso definir o que significa “amigos”. Para Polemarco amigo é aquele que parece honesto. Então se deveria fazer justiça e amar àqueles que parecem honestos, e odiar a quem aparentaria ser mau. Esta afirmação atribuída a Simónides seria de Periandro (tirano de Corinto), Pérdicas (rei da Macedônia), de Xerxes (rei da Pérsia) ou de Ismênias de Tebas. Porém, dizia Sócrates, “que os homens podem errar em seu juízo sobre os homens; de maneira que lhes pareçam honestos muitos que não o são, e vice-versa”. Assim, os bons seriam inimigos, e os maus, amigos. Desta forma, muitos poderiam prejudicar os amigos, e ajudar os inimigos indeliberadamente. Portanto seria preciso definir melhor o que significa “amigos”, pois para Sócrates amigo é aquele que realmente é honesto e não simplesmente alguém que aparenta sê-lo. E sobre o inimigo a definição seria a mesma.
Então,