Justiça
Mais um dia comum na cidade do Rio de Janeiro. Um delituoso adentra a sala de audiência. Em sua frente o juiz de direito interroga o acusado. O senhor não sabia que o carro era roubado? Não senhor! Depois de interrogado o delituoso é levado novamente ao presídio à espera de uma sentença.
Uma grande coincidência talvez, mas todos os jovens interrogados são pessoas novas com uma qualidade de vida miserável. Morador de favela aonde muito não tem se quer um pai ou uma mãe, abandonados a própria sorte.
Do outro lado, os membros da justiça, com seus inúmeros casos e mínimas soluções. Este documentário mostra a realidade do nosso sistema prisional. Um sistema que não suporta mais os avanços da sociedade. Celas abarrotadas com capacidade muito inferior ao que estão suportando no momento.
Uma defensora pública, ao chegar a casa, queixa-se para a família dizendo que a promotoria achou pouco o número de pessoas presas naquele dia. Realmente para a justiça de hoje o que vale são números e não a qualidade do sistema prisional. Os magistrados quando perguntados se podem ajudar respondem que o caso é complicado. Delitos e mais delitos sem classificação. Beccaria já apontava um sistema falho em 1700. O que mudou desde então? Nada. Cada dia o sistema é engolido pelas suas próprias falhas. Em uma das audiências, o magistrado interroga o policial que fez à apreensão. Dentro de sua função, não cumpriu com regras básicas como ao apreender drogas, levá-las para a delegacia. O despreparo está em todos os que compõem o sistema.
Em outra sala um miserável que entra em uma igreja aonde um velório ocorria é preso. Acariciou a face do de cujus. Que delito é este, vagabundagem? Então este, jogado a sua própria sorte é encarcerado com bandidos da mais alta periculosidade. Lamentemos, mas em um país como o Brasil não há ressocialização. Outro indivíduo que após escutar sua sentença, a qual era apenas de trabalhos comunitários, é liberado a própria sorte com apenas a roupa do