Jung
Para o homem moderno, os eventos podem ser explicados através de relações causais perceptíveis. Já o homem primitivo, que tem uma visão mágica do mundo, explica tais eventos através de termos não-perceptíveis, sobrenaturais. A crença nos poderes sobrenaturais, nas sociedades arcaicas, é devida, em parte, às projeções do inconsciente sobre o mundo físico, de tal maneira que não há distinção entre as projeções e o mundo objetivo. Deste modo, enquanto o homem arcaico está inserido física e psiquicamente no seu mundo, o homem moderno acredita estar apartado da natureza. O homem moderno enxerga o mundo de maneira objetiva, negando sua realidade psíquica, ou seja, negando as projeções arcaicas do inconsciente
2) Caracterize o que são arquétipos persona e sombra e como são reeditados na ontogênese.
Para estabelecer contatos com o mundo exterior, para adaptar-se ás exigências do meio onde vive, o homem assume uma aparência que geralmente não corresponde ao seu modo de ser autentico. Apresenta-se mais como os outros esperam que ele seja, ou como ele desejaria ser, do que realmente como é. A essa aparência artificial Jung chama persona. Os moldes da persona são recortes tirados da psique coletiva. Se, numa certa medida, a persona representa um sistema útil de defesa, poderá suceder que seja tão excessivamente valorizada a ponto de o ego consciente e identificar-se com ela. O individuo funde-se então com os seus cargos e títulos, ficando reduzido a uma impermeável casca de revestimento. Quanto mais a persona aderir a pele do ator, tanto mais dolorosa será a operação psicológica para despi-la. Quando retirada a mascara que o ator usa nas suas relações com o mundo, aparece uma face desconhecida. Olhar-se em um espelho que reflita cruelmente essa face é decerto um ato de coragem. Será visto nosso lado escuro onde moram todas as coisas que nos desagradam em nos, ou mesmo que nos assustam. É nossa sombra. As coisas que não