Sócrates Sócrates nasceu em 469 a.C., num vilarejo localizado nas planícies do monte Licabeto, a uns vinte minutos de Atenas. Seu pai era escultor e a mãe parteira. O jovem Sócrates começou como aprendiz do pai. Sócrates prosseguiu seus estudos com o filósofo Arquelau, “por quem era amado no pior sentido”, segundo Diógenes Laércio, biógrafo do terceiro século da era cristã. Na Grécia antiga, como ainda hoje em grande parte da região Mediterrânea oriental, a homossexualidade era bastante aceitável. Somente com o advento do cristianismo passou a existir uma atitude heterodoxa limitada em substituição a uma prática sexual de natureza tão ortodoxa. Atitude de Sócrates em relação à filosofia foi certamente de caráter psicológico, no sentido original da palavra (em grego, psicologia significa “o estudo da mente”). Ele, porém, não foi um cientista. A realidade era uma ilusão. Esta concepção teve efeito negativo em Sócrates e em seu sucessor, Platão. Em grande parte devido à atitude anticientífica de Sócrates, as poucas mentes científicas mais privilegiadas da Grécia antiga trabalharam fora do campo filosófico. Em vez de questionar o mundo, Sócrates preferia acreditar que faríamos muito melhor questionando primeiramente a nós mesmos, tendo adotado a célebre máxima “Gnoathi seauton” – Conhece-te a ti mesmo. Sócrates começou expondo sua filosofia na Ágora, o centro comercial da antiga Atenas, cujas ruínas são ainda visíveis para além da Acrópole. Ele procurava sempre esclarecer os debates a partir de princípios básicos, o que significava definir os conceitos fundamentais que seu adversário adotava, expondo suas incoerências e principalmente analisando as consequências de suas ideias. Sócrates, porém muitas vezes não era capaz de conter-se diante do absurdo e da burrice, fazendo do adversário objeto de ridículo. Ele deve ter sido um oponente tremendamente provocador no campo da argumentação. Não demorou muito para que Sócrates demonstrasse,