Judô como ferramenta de educação
Visto que a Educação Física não deve se limitar em oportunizar aprendizados que permeiam apenas a dimensão biológica do ser humano, é nosso objetivo que essa pesquisa possibilite a visualização de um dos conteúdos da Educação Física que contemple o aluno a partir de sua complexidade. Pretendemos avaliar se um elemento da Cultura Corporal de Movimento pode proporcionar a este sujeito do processo educativo uma contribuição que vá além de uma formação técnica, e se insere pelo fornecimento de saberes que tenham em si engajados valores que venham a embasar uma formação cidadã deste indivíduo. Desta forma, a problemática de nossa pesquisa segue pela indagação acerca de como o judô pode contribuir na educação formativa dos praticantes e se justifica na possível aplicabilidade do judô como conteúdo recorrente da Educação Física escolar, considerando o seu aspecto socioeducativo e formativo, já que é nossa proposta em âmbito escolar contribuir com a formação cidadã dos alunos. O estudo pôde servir de base para algumas considerações que sinalizam uma favorável relação à contribuição formativa e socioeducativa dos alunos praticantes da modalidade Judô.
Aspectos sociohistóricos e culturais
O judô kodokan, que atualmente é conhecido simplesmente por judô, tem suas bases fundamentadas no antigo Jiu-Jitsu. Este Jiu-jitsu difere do que é praticado hoje no Brasil e aparece, por meio de relatos em crônicas da literatura nipônica, como uma das primeiras manifestações marciais do país, com a denominação de Yawara. (SUGAI, 2000)
Através dos anos várias escolas, tendências e metodologias do jiu-jitsu, foram criadas disseminando o nome da arte no país. Atingindo um nível muito alto a partir do ano de 1871 quando foi baixado um decreto onde estaria proibido aos civis o uso de armas, este privilégio era concedido exclusivamente aos guardas da Corte e aos agentes penitenciários. Sendo assim, as técnicas de combate sem armas passaram a se desenvolver e ganhar