Juca Guerra
Lucas Goulart 24
Lucas Diniz 23
Gustavo Bertholdi 17
• — Vancê leu ontem no jornal aquele caso do sujeito que atirou-se à água da beira da praia para salvar um fulano que estava-se afogando... quando no aperto chegou um boteiro que levantou os dois… não foi assim?... E o tal ainda ganhou uma medalha do governo, pela grande áfrica!...
• ‘Stá direito, não digo que não, que afinal ele ao menos sempre se lembrou de acudir a uma criatura de Deus; mas, lá quanto à nombrada, hum!... nem por isso!
• Olhe, mais, então, merecia o Juquinha Guerra.
Eu conto, conto; vá assuntando. O Juca Guerra foi muito meu conhecido, desde guri. Já morreu, coitado, e morreu numa tristura…
Veja vancê!... Um gaúcho daqueles... destorcido, bonzão!...
• Aquilo, era pra ficar na coxilha, picado de espada, rachado de lançaços, mas não pra morrer como foi, aperreado em cima da cama, o corpo besuntado de unturas e a garganta entupida de melados e pozinhos dos doutores!
…
• Pobre de mim!... ‘stou vendo que hei de morrer do mesmo jeito, como um pisa-flores da cidade, como bicho de galinheiro!.
Moreno, alto, delgado; olho preto; nariz, de homem mandador; mãos e pés de moça; tinha força como quatro; bailarino, alegre, campeiraço; e o coração devia ser-lhe mui grande, devia encherme o peito todo, de bom que era.
• Dessa feita houve rodeio na estância do
Pavão; a estância era na costa de dois rios; e tem muitos albardões com mato, que eram a querência da gadaria xucra. Mas, pra chegar lá, havia que atravessar um santafezal cerrado, tiririca, atoleiros, juncais; um banhado brabo; lá dentro é que a gadaria alçada vivia misturada com os galheiros e os capinchos e os ratões.
• A gritos, a tiro e a cachorro tinha-se conseguido tocar como umas pra mais de três mil reses. Nem lhe falo nas cousas divertidas do serviço, como rodadas, algum matungo riscado de aspa de brasino, as compadradas da peonada e outras que sempre alegram um campeiro. • E mal que cerrou o rodeio a gente mudou de