João paulo i, teoria da conspiração
Os rumores de que o papa havia sido assassinado começaram a circular já no dia seguinte. O primeiro boato era de uma ingenuidade gritante: Luciani queria vender o “ouro do Vaticano” para acabar com a fome do mundo e, por isso, acabara envenenado por cardeais conservadores. A tese era idiota demais para convencer qualquer um que não tivesse queimado completamente os neurônios. Então uma outra teoria conspiratória começou a tomar forma - e essa fazia mais sentido. João Paulo I teria descoberto que o Banco do Vaticano, presidido pelo arcebispo Paul Marcinkus, estava envolvido num esquema de corrupção com o Banco Ambrosiano de Milão, a Máfia e a loja maçônica P-2. Disposto a acabar com a roubalheira, o papa decidiu exonerar Marcinkus e expor o esquema. Os conspiradores, porém, foram mais rápidos: assassinaram João Paulo I com uma injeção letal.
Alguns fatos ajudam a alicerçar essa teoria:
. Em 1982, quatro anos depois da morte do papa, Roberto Calvi, presidente do Banco Ambrosiano e suposto membro dos CAVALEIROS DE MALTA, foi acusado de lavar dinheiro para a Máfia, junto com o Banco do Vaticano presidido pelo arcebispo Marcinkus. Calvi desapareceu e, alguns dias depois, foi encontrado enforcado debaixo de uma ponte em Londres. No mesmo dia, a secretária dele, Graziella Corrocher, resolveu se jogar pela janela do banco em Milão.
. Parte do lucro obtido com a lavagem de dinheiro era usa¬do para financiar a loja maçônica P2 - ou Propaganda Due - que, por sua vez, dava sustentação a grupos terroristas de extrema direita na Itália.
. No dia seguinte à morte de João Paulo I, a agência Ansa noticiou que os embalsamadores Ernesto e Renato Signoracci foram acordados às cinco da manhã e levados às