José Bonifácio de Andrada
O iluminismo no Brasil chegou em 1808 com D. João VI, mas o Primeiro Reinado (1822-1831) e a Regência foram marcados pelo predomínio de um espírito conservador que se estenderia por todo o Império (164). Em 1808, a sede do reino se transferiu de Lisboa para o Rio de Janeiro1, então com 50 mil habitantes (…) logo após a chegada de D. João VI, abriam-se os portos, tornou-se livre a indústria e o comércio, urbanizou-se a cidade do Rio. A questão que se coloca é saber se a Independência significou uma ruptura ou continuidade. Isto porque, com o tempo, embora independente de Portugal, o país se tornaria, desde a vinda da família real, cada vez mais dependente da Inglaterra, em função do Tratado de Methuen (1703). A vinda da corte visava salvar o Império Português, mas fracassou. Porém iniciou uma interiorização da metrópole, estabelecendo no Rio a base do futuro Império brasileiro. Esse processo trouxe consigo abertura econômica e a imigração de trabalhadores europeus. Introduziu-se uma medida que concedia aos que viessem a se estabelecer na América portuguesa direito a sesmarias, na mesma forma em que elas eram concedidas aos súditos portugueses (Weffort, 166-167). Não havia no país nenhuma escola superior, sendo que após a chegada da família real surgiram cursos de medicina, direito, engenharia e artes. José Bonifácio foi cientista, homem da Corte no Reinado de D. Maria I e conselheiro de D. João VI. Principal dirigente da Independência e mentor de D. Pedro I, tutor de D. Pedro II, tendo sido um dos primeiros a propor publicamente a abolição da escravatura. Levando em conta que os ingleses haviam abolido o tráfico negreiro em 1807, aderiu a essa causa, percebendo que a manutenção da escravatura era incompatível com a construção de uma ordem política e jurídica liberal. Seu pioneirismo também se manifestou nas propostas de civilização dos índios, expansão do ensino público e mudança da