José augusto pacheco
Universidade do Minho
A AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM
INTRODUÇÃO Os resultados escolares dos alunos é um dos campos mais problemáticos do sistema educativo, tornando-se na face visível de um complexo edifício em permanente construção valorativa, através da recolha formal e informal de dados, com vista a uma tomada de decisão (Pacheco & Zabalza, 1995). A avaliação pressupõe, deste modo, a existência de diversos jogos com lógicas diferentes (Hadji, 1994): de ajuda à aprendizagem na turma; de intercâmbio conflitual no diálogo social entre professor/aluno/encarregado de educação; de orientação na articulação escola/sociedade. É na análise destes jogos que procuraremos discutir a avaliação dos alunos dos ensinos básico e secundário, sobretudo quando é perspectivada nos seguintes aspectos: decisão subjectiva, processo objectivo, procedimentos, parâmetros, articulação escola/sociedade, atitude formadora e controlo curricular.
1. A avaliação como decisão subjectiva Os discursos teóricos sobre a avaliação dos alunos têm originado abordagens que vão no sentido ora da precisão e eficiência social dos resultados, na esteira da proposta curricular de Tyler (objectivos, experiências de aprendizagem, actividades, avaliação), ora da descrição e compreensão dos processos, seguindo as propostas de Scriven, Stake, Eisner, entre outros. Mesmo assim, e apesar de uma evolução teórica significativa que levou a inúmeras definições, a análise da prática tem realçado que a escola valoriza a avaliação como processo de determinar até que ponto os objectivos educacionais são efectivamente alcançados (Tyler, 1973: 105). De facto, esta definição — proposta inicialmente, em 1949, na obra Basics Principies of Curriculum and Instruction — tem estruturado a organização das tarefas curriculares convertendo a avaliação num processo de controlo de resultados, através de técnicas de medição. A partir do trabalho quotidiano na sala de aula e na escola, o professor recolhe