jornalismo
I CONGRESSO NACIONAL EDUCAÇÃO E DIVERSIDADE
08 a 10 de setembro de 2011
UFS – Itabaiana/SE, Brasil
A CONTRIBUIÇÃO DOS ESTUDOS CULTURAIS PARA COMPREENDER O
CONCEITO DE IDENTIDADE
Alfrancio Ferreira dias (UESB)1
1 QUESTÕES INICIAIS
A metodologia de compreensão aplicada nos estudos culturais nos chama a atenção para os impactos das relações sociais que se articulam entre cultura e nosso contexto social contemporâneo. Pensamos aqui, a introdução dos estudos culturais para os estudos das identidades como um processo desmitificação de uma cultura central a partir do
“enraizamento econômico-político da cultura por meio de uma leitura genealógica”
(MATTELART e NEVEU, 2004, p. 10), na medida em que essa perspectiva pode nos liberar de antigas concepções centralizadoras da cultura, bem como da ideia de hegemonia cultural, visto que os debates teóricos atuais mostram que a centralidade da cultura se transforma no cotidianamente. Segundo Hall (2003, p. 43):
A cultura é uma produção. Tem sua matéria-prima, seus recursos, seu
“trabalho produtivo”. Depende de um conhecimento da tradição enquanto “o mesmo em mutação” e de um conjunto efetivo de genealogias. Mas o que esse “desvio através de seus passados” faz é nos capacitar, através da cultura, a nos produzir a nós mesmos de novo, como novos tipos de sujeitos.
Portanto, não é uma questão do que as tradições fazem de nós, mas daquilo que nós fazemos das nossas tradições. Paradoxalmente, nossas identidades culturais, em qualquer forma acabada, estão à nossa frente. Estamos sempre em processo de formação cultural. A cultura não é uma questão de ontologia, de ser, mas de se tornar.
A ideia de Hall de passagem do “ser” para o “tornar-se” é magnifica para compreender que
os
estudos
das
identidades.
A
cultura
é
um
conjunto
de
significados/significantes que através das tradições desvia-se para uma nova forma de situarse,