Jornalismo e ética - Como confiar na mídia em tempos em que velocidade e audiência valem mais do que credibilidade?
Consta no o artigo 2º, parágrafo II do Código de Ética dos Jornalistas Brasileiros: a produção e a divulgação da informação devem se pautar pela veracidade dos fatos e ter por finalidade o interesse público;
Mas não foi o que ocorreu com a mídia no ano de 2013. Considerado por alguns o ano da enganação. A voracidade dos veículos de informação por matérias frescas, atraentes e principalmente polêmicas, fez com que grandes nomes da mídia caíssem em pegadinhas publicitarias e boatos que viralizaram na internet não apenas um ou duas vezes. Em 2010 por exemplo, durante a copa do mundo na África, a imprensa internacional já havia experimentado semelhante situação com a memorável pegadinha “CALA BOCA GALVÃO” que correu o mundo pelo twitter e acabou ganhando destaque em veículos importantes como The New York Times, El Pais e outros.
Em resumo a história foi a seguinte: Inicialmente, os usuários do twitter em outros países pensaram que o “CALA BOCA GALVÃO” tratava-se de uma campanha no Brasil pedindo proteção a uma ave em extinção. Um usuário do twitter nos Estados Unidos postou: “Galvão é uma ave muito rara no Brasil. CALA BOCA significa SAVE, os brasileiros estão muito tristes porque muitas GALVAOS morrem todos os dias”. E ainda: “CALA BOCA GALVAO, o mundo não pode viver sem esse pássaro!”. Outros perguntaram se era uma campanha da ONG ambiental Greenpeace.
Me parece que a imprensa brasileira não aprendeu muito com essa lição. Pois em 2013 tivemos vários casos onde a imprensa, na ânsia por novidades polêmicas acabou caindo como um patinho, principalmente na garra dos publicitários. Como foi o caso do Chiquinho Scarpa que chamou a imprensa para dizer que como os faraós iria enterrar com ele um de seus bens mais valiosos, um carro Bentley avaliado em aproximadamente R$ 1 milhão. Teve até mesmo canal de TV aberta “transmitindo” o enterro. Depois de