Jornalismo literário
Capítulo 1 – Introdução conclusiva
Além da redação: a estrela de sete pontas
[...] Há uma cegueira ética na humanidade, cujos valores mais básicos estão sendo esquecidos ou substituídos pelos ideais da sociedade de consumo.
No meio desse limbo está o Jornalismo. O que deveria ser uma profissão ligada às causas da coletividade vem se transformando, salvo raras e boas exceções, em um palco de futilidades e exploração do grotesco e da espetacularização.
O Jornalismo Literário [...]. Não se trata apenas de fugir das amarras da redação ou de exercitar a veia literária em um livro-reportagem. O conceito é muito mais amplo. Significa potencializar os recursos do Jornalismo, ultrapassar os limites dos acontecimentos cotidianos, proporcionar visões amplas da realidade, exercer plenamente a cidadania, romper as correntes burocráticas do lead, evitar os definidores primários e, principalmente, garantir perenidade e profundidade aos relatos.
[...] vou desenvolver cada um desses temas para facilitar a compreensão. É o que chamo de estrela de sete pontas, [...] (pág. 13)
O jornalista literário não ignora o que aprendeu no Jornalismo diário. Nem joga suas técnicas narrativas no lixo. O que ele faz é desenvolvê-las de tal maneira que acaba constituindo novas estratégias profissionais. [...] (pág. 13 e 14)
A segunda ponta da estrela recomenda ultrapassar os limites do acontecimento cotidiano. Em outras palavras, quer dizer que o jornalismo rompe com duas características básicas do Jornalismo contemporâneo: a periodicidade e a atualidade. [...] Seu dever é ultrapassar esses limites e proporcionar uma visão ampla da realidade, que é a terceira característica sugerida.
[...] Qualquer abordagem, de qualquer assunto, nunca passará de um recorte, uma interpretação, por mais complexa que seja. A preocupação do Jornalismo Literário, então, é contextualizar a informação da forma mais abrangente possível – o que