Jornadas de hunho - participantes

Em julho, as grandes manifestaes esfriaram, mas os protestos no pararam. Desde ento, a populao continuou extravasando a sua profunda insatisfao com as condies de vida em milhares de mobilizaes menores e fragmentadas nas principais cidades do pas. A composio social da massa que saiu s ruas foi heterognea. Da classe mdia para baixo, praticamente todos os segmentos da sociedade aproveitaram a oportunidade para expressar seu descontentamento com ostatus quo, inclusive com a presena de trabalhadores pobres no organizados em sindicatos e da massa proletria que mora em favela. No entanto, desde o princpio, o ncleo duro das manifestaes foi composto de estudantes que trabalham e trabalhadores que estudam. Constatou-se nos diversos atos a presena marcante da juventude, principalmente estudantes universitrios e secundaristas. As reivindicaes escritas em cartazes feitos mo foi uma marca importante dos atos de protestos demonstrando a diversidade de posies e pensamento sobre a realidade brasileira, os manifestantes portavam cartazes com os dizeres Passe Livre, Educao pblica no mercantil, Sade no mercadoria, Moradia Direito de todos, Fora Fifa, Contra a privatizao do Maracan, Fora Eike, No s remoes, Fora Rede Globo, Da Copa eu abro mo, no da sade e da educao, A polcia que reprime na avenida a mesma que mata na favela, Contra a homofobia. Em junho o cenrio de manifestaes criou um ambiente favorvel para o florescimento do Black Bloc brasileiro na sua forma de autodefesa. O Black Bloc composto por pequenos grupos de afinidade, muitas vezes feitos na hora, que atuam de forma independente dentro das manifestaes. Mas, ao contrrio do MPL, o Black Bloc no uma organizao ou coletivo e sim uma ideia, uma ttica de autodefesa contra a violncia policial, alm de forma de protesto esttica baseada na depredao dos smbolos do estado e do capitalismo. A dinmica Black Bloc lembra mais uma rede descentralizada como o Anonymous do que um movimento orgnico e coeso. Essa gerao de jovens no lutaram