Jorge amado
Nascido em Itabuna, Bahia, no dia 10 de agosto de 1912, Jorge Amado passou a infância na cidade de Ilhéus, onde presenciou a luta entre fazendeiros e exportadores de cacau, inspiração para vários de seus livros. A partir de 1930, na cidade do Rio de Janeiro, começou a estudar direito e a lançar romances. As obras eram marcadas pelo realismo socialista: se passavam nas plantações de cacau do sul da Bahia ou na cidade de Salvador e mostravam os conflitos e as injustiças sociais.
Nessa primeira fase, seus livros eram considerados documentários dos problemas brasileiros causados pela transição de uma sociedade agrária para industrial. Eleito deputado federal pelo Partido Comunista Brasileiro em 1945, teve seu mandato cassado como os de todos os membros da mesma agremiação. Viajou então pela Europa e pela Ásia e voltou ao país em 1952. Quatro anos mais tarde, fundou o semanário ‘Para todos’, sendo eleito para a Academia Brasileira de Letras em 1961.A segunda fase de sua obra começou com o lançamento de ‘Gabriela, cravo e canela’, em 1958. Seus textos passaram a se caracterizar pelas sátiras e pelo humor.
Vários de seus trabalhos foram adaptados para rádio, cinema e televisão e foram traduzidos para mais de trinta idiomas, o que lhe rendeu inúmeros prêmios. Em 1979, casou-se com a também escritora Zélia Gattai. O escritor publicou inúmeras obras: 25 romances; dois livros de memórias, duas biografias, duas histórias infantis e uma infinidade de outros trabalhos, entre contos, crônicas e poesias. Faleceu em Salvador no dia 6 de agosto de 2001.
Terras Sem Fim
Fazia pena, dava dó,
Tanta gente que morria.
Cabra de Horácio caía
E caía dos Badaró...
Rolavam os corpos no chão,
Dava dor no coração
Ver tanta gente morrer,
Ver tanta gente matar.
Se largou foice e machado,
Se pegou repetição...
Loja de arma enricou,
A gente toda comprou,
Se vendeu como um milhão.
Homem macho era Sinhô,
O chefe dos Badaró...
Uma