jorge amado

Rodney Jr. 16/08/2012

Redação Mackenzie – Jorge Amado

Ideias de um velho trapiche abandonado

Poucos autores conseguiram retratar de maneira verossimil a sociedade e os modos de vida da população marginalizada como Jorge Amado em “Capitães da Areia”. Nascido em Itabuna, em 1912, o escritor baiano é autor de vários romances, sendo “Capitães” um dos mais importantes para se entender a sociedade brasileira do início do século XX, como também a atual. Tendo como base a luta de classes e a ideologia socialista, que se espalhava pelo mundo na época em que foi escrita, a obra chegou a ser perseguida e censurada pelo governo brasileiro sob o pretexto de tratar-se de uma propaganda comunista. De fato, o romance é uma crítica a sociedade injusta que, ao invés de ajudar os mais necessitados, só os condena. O livro retrata, justamente, a vida de ”crianças” que vivem ás margens da sociedade, não tendo oportunidades na vida. Sob um velho trapiche abandonado na beira da praia, vivem os menores, se é que se pode chamar de vida o que eles têm. Sobrevivem cometendo furtos pela cidade e, quando são pegos, sao repreendidos pela polícia ou pela elite da cidade. São meninos malandros, espertos, agressivos e, acima de tudo, carentes de afeto, o que justifica atitudes como estupros e relações homossexuais entre eles. Os capitães passam por momentos de fraqueza, mostrando que embora tivessem atitudes adultas como roubos e desejo sexual, eram crianças deixadas de lado no mundo, que adoram dar uma volta no carrossel. O líder deles, Pedro Bala, se assemelha a vários heróis anti-românticos da literatura brasileira, porém também se distancia dos mesmos, por anseiar um futuro em que os mais pobres possam têr a oportunidade de melhorar de vida, característica de uma visão socialista. Esse sentimento se torna maior ainda quando descobre que é filho de um sindical