Jonathan Suifit
529 palavras
3 páginas
JONATHAN SUIFITÚnico sobrevivente de um naufrágio, o médico Lemuel Gulliver consegue alcançar uma praia desconhecida. Exausto, desaba e adormece. Ao acordar, se vê amarrado até os cabelos ao chão e é surpreendido por um homenzinho de menos de 16 cm que, do alto de seu queixo, empunha um arco e flecha. Logo, está na mira de dezenas, centenas de criaturinhas nervosas. O primeiro encontro entre o cirurgião aventureiro e os habitantes de Lilipute é mais do que conhecido. Mas suas viagens o levarão ainda a outras terras tão ou mais estranhas, numa saga que se tornou um texto essencial da literatura infanto-juvenil. Antes de seguir adiante, porém, é bom corrigir esse que é um dos maiores equívocos sobre o clássico do irlandês Jonathan Swift: rabugento convicto, dizia não suportar as crianças. Não queria, portanto, escrever para elas. Em carta ao amigo e poeta Alexander Pope, afirmou que pretendia com a obra agredir o mundo, e não diverti-lo.Ao publicar o livro, em 1726, sob o título Viagens em Diversos Países Remotos do Mundo em Quatro Partes, por Lemuel Gulliver, a Princípio Cirurgião e, Depois, Capitão de Vários Navios, queria, sim, por meio da sátira e ironia afiadas, criar um retrato da natureza humana e atacar sua mesquinhez. Na voz do médico (a quem faltavam pacientes e sobravam vontade de viajar e desânimo com a vida londrina), Swift faz uma dura crítica a formas de pensar e à organização de países, religiões e grupos sociais. O tom fabuloso e a prosa deliciosa, porém, garantiram fãs de todas as idades e o sucesso desde a primeira edição.Na primeira escala em Lilipute (As Viagens se divide em quatro livros), o aventureiro compartilha suas impressões sobre o povo minúsculo e feroz, que se opõe em dois partidos e resolve suas divergências em disputas. A etapa seguinte leva Gulliver à terra de Brobdingnag, onde ele se vê na situação inversa, numa terra de gigantes 12 vezes maiores que ele. Vivem aparentemente em paz - governados por reis contrários à violência -,