Joildo
Os chineses tiveram exclusividade na fabricação da seda por três milênios! Ciente do valor comercial do tecido que pode ser usado em dias quentes ou frios, o governo chinês proibiu a exportação de ovos de mariposas e sementes de amoreiras, condenando à morte os traficantes. Os europeus só desvendaram o mistério em 552, quando o imperador romano Justiniano enviou alguns monges à China, em missão de espionagem. Na bagagem, os supostos religiosos esconderam ovos de bicho-da-seda dentro de bordões de bambu. Constantinopla tornou-se o primeiro centro de seda da Europa. Nos séculos seguintes, a sericultura disseminou-se por todos os continentes.
No Brasil, as primeiras amoreiras foram plantadas em Minas, por ordem de dona Maria I, a Louca, que reinou de 1777 a 1792, quando foi declarada mentalmente incapaz. Mas a produção de seda teve início apenas no Segundo Império. Explica-se: em 1703, Portugal havia assinado um tratado com a Inglaterra obrigando suas colônias a importar tecidos ingleses, o que protelou o surgimento da indústria brasileira. A sericultura nacional só se desenvolveu a partir do final da Segunda Guerra Mundial. Mas o país correu para recuperar o tempo perdido. Atualmente, o Brasil é o quarto produtor mundial de um mercado ainda dominado pelos chineses, produtores de quase metade da seda comercializada na Terra.