John Green, Maureen Johnson e Lauren Myracle - Deixe a Neve Cair - Capítulo 1
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Capítulo Um ra a noite antes do Natal.
Bem, para ser mais precisa, era a tarde antes do Natal.
Mas, antes que eu leve você para o âmago da ação, vamos esclarecer uma coisa. Sei por experiência própria que, se sur‑ gir mais tarde, vai distraí‑lo tanto que você não conseguirá se concentrar em mais nada, garanto.
Meu nome é Jubileu Dougal. Pare um momento para absorver a informação.
Viu, quando a recebe logo no início, não é tão ruim. Agora, imagine se eu estivesse na metade de uma história longa (como a que estou prestes a contar) e deixasse essa bomba cair em você. “A propósito, meu nome é Jubileu.” Você não saberia o que fazer em seguida.
Sei que Jubileu é meio que um nome de stripper. Você pro‑ vavelmente acha que eu recebi o chamado do pole. Mas não. Se me visse, perceberia rapidinho que não sou uma stripper (eu acho). Tenho cabelos pretos no estilo bob. Uso óculos na metade
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maureen johnson do tempo, na outra metade uso lentes de contato. Tenho dezes‑ seis anos, canto no coral, sou membro dos Matletas, o time de matemática do colégio. Jogo hóquei sobre grama, o qual não requer a graça do rebolado e do corpo besuntado em óleo, que é a marca registrada de uma stripper. (Não tenho nada con‑ tra strippers, caso alguma esteja lendo isto. Simplesmente não sou uma. Minha maior preocupação, no que diz respeito ao s triptease, é o látex. Acho que látex deve fazer mal à pele por‑ que não a deixa respirar.)
Minha objeção é que Jubileu não é um nome – é um tipo de festa. Ninguém sabe que tipo. Já ouviu falar de alguém que deu uma festa de jubileu? E se ouvisse, você iria? Porque eu não. Parece algo para o qual é preciso alugar um enorme obje‑ to inflável, decorar com fileiras de bandeirolas e fazer planos complicados para se livrar do lixo.
Pensando bem, talvez o termo seja intercambiável com festa de quadrilha.
Meu nome tem