jogos
Era uma vez três chapéus, ou eram três vezes de chapéus? Não sei; só sei que eram três chapéus de vaqueiro, de couro, muito lindos. O primeiro chapéu tinha uma estrela. O segundo chapéu um tinha sol. O terceiro chapéu tinha uma lua. Os chapéus seguiam, um atrás do outro, pela estrada empurrada do vento inventado, que é um vento encantado, que entrou por um cano, ora!
Os chapéus conversavam assim: _ Chapelá que chapelelê de chapelim?_ Não chapelei._ Tu não chapelás onde o chapelererê chapeusou?
O vento, que soprava os chapéus, ficou muito nervoso com a conversa, porque o vento não falava chapelês e não entendia nada.
Aí o vento soprava e perguntava:_ Zum ventoim de ventelê ciclone? Brisante de furaconelum?
Mas como os chapéus também não entendia a língua do vento, os chapéus não respondiam e seguiam em frente.
Passaram por um portão de fazenda, por um touro, por um pé de jabuticaba e por uma velha senhora de guarda-chuva. Aí, a velha sentiu que o vento virava o guarda-chuva para o avesso.
A velha se agarrou... e zum, levantou do chão e voou junto com os três chapéus, que viraram quatro: três chapéus de couro, um com uma estrela, um com uma lua, um com um sol... e um chapéu de chuva, ou o guarda-chuva, com a velha.
Aí a velha gritou_ Seu vento que vento ventão, me ponha logo no chão que tenho muito que fazer: tenho que comprar farinha pra fazer pão de minuto, tenho roupa pra passar e tenho que separar do meu marido, pois enjoei dele depois de setenta e dois anos de casas e não posso me atrasar... porque tenho noventa e nove anos e, se eu não fizer tudo hoje, completo os cem... com muita coisa por fazer!
Mas o vento não falava a língua da velha-velhota.Não entendeu e voou mais depressa. Voou tão de pressa, que os três chapéus foram parar na cabeça da velha, um por cima do outro. Aí a coisa ficou assim: um chapéu de estrela, um chapéu de lua, um chapéu de sol... ou um chapéu com uma estrala, um chapéu com uma lua e um chapéu