Joaquim Manoel de Macedo
Apesar de formar-se em medicina, parece que não tinha vocação para a ciência médica, e nem chegou a exercer a profissão. Mesmo por que, o ano de sua formatura, 1844, é o mesmo da publicação de "A Moreninha", escrito em um mês, durante suas férias acadêmicas, e cujo sucesso imediato abriu-lhe amplas perspectivas para a carreira de romancista.
Desse modo, no ano seguinte, o autor já lançava "O Moço Loiro", novamente com muito sucesso. Gozando de grande conceito junto aos intelectuais que lhe eram contemporâneos, fundou em 1849 a revista Guanabara, juntamente com Gonçalves Dias. Nela, Macedo publicou a maior parte de seu longo poema A Nebulosa, sua mais célebre incursão no domínio dos versos.
Diretor e redator da Guanabara, Macedo levou o primeiro número, saído a 2 de dezembro, a D. Pedro 2o, que fazia aniversário justamente nessa data. Simpático ao escritor, como costumava ser com os artistas em geral, o Imperador o nomeou professor de História e Geografia do Colégio Pedro 2o. Anos depois, também o chamaria para dar aulas aos filhos da Princesa Isabel.
Cargo que ocuparia até a morte, o magistério no Pedro 2o foi exercido sem muito empenho. Consta que, às vezes, enquanto fingia prestar atenção à lição que um aluno expunha, Macedo cuidava de escrever ou rever trechos de seus romances.
Entre o que se diz de Macedinho (como era conhecido pelos contemporâneos) consta também que teve de superar vários obstáculos familiares, para conquistar a mão de sua mulher, assim como costuma acontecer com as personagens