Joaquim Barbosa agiu com sensatez
Aturdidos com a descoberta de que todos são iguais perante a lei, os que sempre se acharam mais iguais que os outros caçam atabalhoadamente pretextos que tornem menos absurda a discurseira forjada para fantasiar de “julgamento político” o desfecho exemplar de um ato juridicamente perfeito. Como registrou nesta sexta-feira o comentário de 1 minuto para o site de VEJA, os homens de bem devem evitar equívocos que ajudem a bandidagem a posar de vítima de golpistas cruéis, da imprensa sem coração e de juízes sem juízo.
Seria um erro, por exemplo, decretar a prisão preventiva dos condenados, solicitada pelo procurador-geral Roberto Gurgel. O ministro Joaquim Barbosa preferiu não antecipar o réveillon na cadeia já marcado para o ano que vem, quando a sentença terá transitado em julgado e só restará aos presidiários queixar-se ao bispo (Edir Macedo, provavelmente).
Agora na presidência do STF, o relator Joaquim Barbosa já avisou que o acórdão ficará pronto até maio. Com a sensata decisão de hoje, estará ainda mais à vontade para rechaçar a procissão de truques, recursos e embargos concebidos para retardar o cumprimento das penas. E se poupou de dissabores desgastantes e desnecessários. Com o recesso do tribunal, no momento é ele quem decide sozinho. Em breve, contudo, essas deliberações monocráticas serão confiadas a Ricardo Lewandowski.
O ministro da defesa dos mensaleiros nem esperaria pela chegada dos pedidos dos advogados para acionar a usina de habeas corpus. Alguém duvida que libertaria todos (e tentaria mandar Roberto Jefferson para a solitária)? Os brasileiros honestos esperaram sete longos anos pelo julgamento dos mensaleiros. Podem aguardar alguns meses até vê-los instalados de vez num presídio.
O epílogo do escândalo estragou o Natal e o réveillon de quadrilheiros que nunca se imaginaram dormindo na gaiola. Mais um motivo para nos