Joao Ramalho
Filho de João Vieira Maldonado e Catarina Afonso de Balbode, era casado em Portugal com Catarina Fernandes, a quem nunca mais viu depois da partida em 1512 em uma nau buscando a Ilha do Paraíso no Brasil. Naufragou na costa da futura capitania de São Vicente, hoje estado de São Paulo, por volta de 1513.
Encontrado pela tribo dos Guaianases, adaptou-se à vida no Novo Mundo ganhando prestígio junto aos índios com quem vivia. Casou-se com a filha do cacique Tibiriçá, Bartira, batizada Isabel Dias. Do casamento realizado pelo padre Manuel da Nóbrega resultaram nove filhos, porém João teve filhos também com numerosíssimas índias, já que na cultura nativa havia grande liberdade sexual e, além do mais, Ramalho queria agradar os demais caciques e estabelecer vínculos, ao receber suas filhas.
Com os filhos, estabeleceu postos no litoral para fazer comércio com europeus, vendendo índios prisioneiros para serem escravizados, construindo bergantins, reabastecendo os navios em trânsito e negociando o pau-brasil. Nas excursões pelo interior para capturar índios para serem vendidos como escravos, os filhos de João Ramalho, mamelucos com metade de sangue indígena, comportavam-se com extrema crueldade.
O reencontro com os portugueses foi surpreendente. Os portugueses esperavam uma batalha contra um grande número de índios, que caminhavam em direção a São Vicente. Em vez de uma batalha, receberam João Ramalho, que passou a usar de sua grande influência sobre a tribo para ajudar a seus conterrâneos.
Especula-se sobre a possibilidade de João Ramalho ter origens ou laços judaico-portugueses, não havendo nenhuma prova conclusiva a esse respeito. Ramalho teria utilizado em sua assinatura a letra hebraica do kaf.