joao gaspar simoes
Escritor, crítico literário e jornalista, 1903. Fundou em 1927, de parceria com José Régio e Branquinho da Fonseca, a revista Presença. Foi crítico literário em vários jornais diários e a sua bibliografia inclui diversos estudos sobre a literatura portuguesa.
Nasceu na Figueira da Foz a 25 de Fevereiro de 1903. Matriculou-se na Faculdade de Direito de Coimbra em 1921, vindo a concluir o curso, após várias interrupções, em 1932.
Em 1927, com José Régio e Branquinho da Fonseca – e residindo, nessa altura, na Figueira da Foz, mas encontrando-se todas as semanas com Régio, no Café Central, em Coimbra – J.G.S. funda a revista presença, subintitulada “Folha de Arte e Crítica”, cujo primeiro número verá a luz em 10 de março de 1927 e durará até 1940. Com Régio, João Gaspar Simões constituirá o núcleo que estará com a revista, desde o primeiro ao último número. Estudando com inteligência e articulação os grandes nomes do primeiro modernismo (Fernando Pessoa, Mário de Sá-Carneiro e Almada Negreiros), divulgando-os e promovendo, de caminho, um leque de novos valores, além de dedicar atenção crítica ao cinema, às artes plásticas e à filosofia, a presença afirmou-se, sobretudo devido à ação de Régio, Simões e Casais Monteiro (este, a partir de 1930, quando sai da direção Branquinho da Fonseca) um dos mais sólidos veículos de cultura da primeira metade do século XX.
Crítico intuitivo, sem os poderes de análise e de teorização do seu camarada mais velho (Régio), João Gaspar Simões afirmar-se-á, contudo, sobretudo a partir da sua contribuição regular (semanal) no Diário de Lisboa e, depois, no Mundo Literário, no Átomo, no Diário de Notícias, como o mais empenhado e assíduo “reviewer” de toda a nossa história literária. Tem-lhe sido assacado, com frequência, todo um leque de inapetências: teórica, filosófica, etc. E a “tarte à la crême” dos seus críticos foi atirarem-lhe à cara as contradições em que por vezes caía. A este propósito, já tivemos ocasião