joao da cruz e souza
João da Cruz e Sousa nasceu em 1861, em Florianópolis (SC). Era filho de ex-escravos e ficou sob a proteção dos antigos proprietários de seus pais, após receberem alforria. Por este motivo, recebeu uma educação exemplar no Liceu Provincial de Santa Catarina.
Apesar disso, Cruz e Sousa teve que enfrentar o preconceito racial. Conhecido como o “cisne negro”, procurou na arte a transfiguração da dor de existir e de ser excluído, provocada, sobretudo pelas discriminações sociais. Foi diretor do jornal abolicionista Tribuna Popular em 1881, citado em uma de suas cartas: ”como deve saber, na Tribuna Popular onde escrevo nada me dão nem eu exijo porque não o podem fazer, e eu estou ali, apenas, para ajudar o Lopes, e mesmo, pela grande causa abolicionista que nos todos defendemos com desinteresse e honra”. Dois anos mais tarde, foi nomeado promotor público de Laguna (SC), no entanto, foi recusado logo em seguida por ser negro.
Depois de algum tempo no Rio Grande do Sul e após enfrentar represália para não sair de sua terra natal por motivo de preconceito, o autor fixa residência no Rio de Janeiro, onde trabalhou em empregos que não condiziam com sua capacidade e formação. Cruz e Souza enfrentou inúmeras e sérias dificuldades ,é o que mostra em um trecho de sua carta destinada a seu amigo Virgílio de 1889:”estou em maré de enjoo físico e mentalmente fatigado.fatigado de tudo: de ver e ouvir tanta sandice e bestialidade e de esperar sem fim por acessos na vida,que nunca chegam.estou fatalmente condenado á vida de miséria e sordidez...”
É então, em 1893, ele publica suas obras Missal (poemas em prosa) e Broquéis (poesias), as quais são consideradas o marco inicial do simbolismo no brasil . Casou-se com Gavita Gonçalves, com quem teve quatro filhos, os quais morreram precocemente por tuberculose, o que a deixou enlouquecida 1896.