Joao Alfredo
A DEMANDA PELO PRODUTO
UM BREVE HISTÓRICO SOBRE A ORIGEM DO VINHO
Todas as histórias que são contadas sobre gastronomia sempre reservaram um grande espaço para o vinho, essa bebida que é considerada o mais nobre dos líquidos manipulados pelo Homem. Mesmo na literatura mundial o vinho tem sido um personagem com relativo destaque. Isso desde os inebriantes versos do poeta latino Virgílio, fazendo de Baco, a versão romana do deus grego Dionísio, o deus do vinho e da vinha, sempre envolto em eternos prazeres. Depois dele foi a vez das letras brindarem a bebida pelas mãos de Dante Alighieri, Galileu Galilei e Louis Pasteur, chegando até François Rabelais e os seus banquetes pantagruélicos. Mas, como surgiu o vinho?
Há alguns franceses que teimam que ele nasceu em seu solo há doze ou quinze mil anos atrás, ainda no período lacustre. É bem possível que os que compartem dessa opinião o fazem embalados pelos bons vinhos que lá sempre foram produzidos ou pelo aguerrido sentimento patriótico francês. Mas os primeiros relatos de que se tem notícia do vinho, leia-se o suco retirado da uva e depois fermentado, surgiram no Antigo Egito. Conta a lenda que na tumba de um faraó, cujo nome se desconhece, datando aproximadamente de 6500 a. C., foram encontradas pequenas estatuetas que representavam escravos servindo uma jarra de vinho ao digníssimo falecido. Antes desse achado, os hieróglifos já revelavam que na mitologia egípcia o deus Osiris dominava os assuntos pertinentes ao próprio vinho.
Há também outros dados que comprovam o cultivo das vinhas no delta do rio Nilo, desde as mais remotas eras. O método utilizado para a produção do vinho era bastante simples e rudimentar. Depois dos cachos serem colhidos pelos escravos, em grandes cestos de junco, eram pisoteados até que todas as uvas se rompessem. Essa mistura de cascas e bagos era colocada em grandes lençóis, sendo depois espremida pelas mãos escravas. O mosto resultante era deixado para fermentar até