Jkakamsmsm
990 palavras
4 páginas
LlwlAndando no shopping há alguns dias, percebi algo. O shopping lotado e barulhento como sempre. Vi uma criança que se aproximava. Ela não olhava para ninguém. Só via o chão, provavelmente concentrada em algo que lhe causou curiosidade. A mãe, não tão atenta a ela, puxou-a pelo braço, dizendo-lhe “você quase atropelou o cavalheiro”. E, logo depois, pedindo desculpas ao senhor. Não, eu não sou esse senhor. A criança, um pouco taciturna e enfastiada, sentiu-se ofendida porque a mãe a havia puxado. Talvez por sentir-se dependente ou por sua mãe tê-la machucado. Mas isso não importa muito para a sequência dos fatos.O cavalheiro a que me referi há pouco também andava distraído e, por isso, não vira a criança. Ele já andava assim há vários minutos. Quem o houvesse seguido por algum tempo poderia até pensar que era sonâmbulo. A verdade é que não era. Sua saúde era melhor que a da maioria. Sua vida também não era ruim. Um pouco tediosa, mas tinha seus momentos prazerosos. O que o havia deixado assim ainda não havia sido bem assimilado por ele. Envolvia outra pessoa – não importa o gênero dessa pessoa – que também não havia assimilado bem a situação. Num surto repentino, ele sentira um desejo incontrolável de bater nessa pessoa. Por ser incontrolável – ou seja, não podia controlar o impulso – batera nela. Esse evento também não é de grande importância, mas não queria que minha narrativa fosse muito curta. Afinal, quem gosta de narrativas curtas?
Ele continuou andando tranquilamente, enquanto a pessoa em quem batera permaneceu estática – ou extática, talvez – no chão. Ela sentira até um certo prazer nesse ato violento. Não era masoquista. Apenas sentira um certo prazer nessa situação. Situações sem sentido e sem explicação lhe causavam certo prazer. Gostava de imaginar as causas de tudo. E era melhor ainda quando não havia nenhuma pista.
Começou achando que o confundira com outro indivíduo. Todavia, sua aparência não era nem um pouco comum. Tinha olhos verdes meio