JK e a Crise de 60
- A lógica do plano de metas vai além do processo de substituição de importações, já que ele não se constitui apenas em uma resposta tópica a um estrangulamento externo, mas busca promover a montagem de uma estrutura industrial integrada. O principal objetivo do plano de metas era estabelecer as bases de uma economia industrial madura no país, especialmente aprofundando o setor produtor de bens de consumo duráveis.
- A racionalidade do plano estava baseada nos estudos do grupo BNDE-Cepal, que identificou uma demanda reprimida por bens de consumo duráveis, e via nesse setor importante fonte de crescimento pelos efeitos interindustriais que gera sobre a demanda por bens intermediários e, por meio da geração de emprego, sobre os bens de consumo leves. Além disso, estimularia o desenvolvimento de novos setores na economia, principalmente os fornecedores de componentes para o setor de bens de consumo duráveis.
- O plano podia ser dividido em 3 partes principais: 1. investimentos estatais em infraestrutura, com destaque para os setores de transporte e energia elétrica. No que diz respeito aos transportes, a prioridade passou a ser o setor rodoviário, que buscava o objetivo de introduzir o setor automobilístico no país. 2. estimulo ao aumento da produção de bens intermediários, como o aço, carvão, cimento. 3. incentivos à introdução dos setores de consumo duráveis e de capital.
- O plano foi implementado por meio da criação de uma série de comissões setoriais que administravam e criavam os incentivos necessários para atingir as metas setoriais. Os principais instrumentos de ação do governo para realizar as metas foram, além dos investimentos das empresas estatais, o crédito com juros baixos e a carência longa por meio do Banco do Brasil e do BNDE, uma política de reserva de mercado e a concessão de avais para a obtenção de empréstimos externos.
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