Jesus vive a vocação de servidor em suas atitudes

Jesus vive a vocação de servidor em suas atitudes

1. Comportamento de Jesus em relação a Halaká e a Torá

A Halaká (comportamento) era o conjunto de interpretações da Torá, feitas pelos rabis (mestres). Nas interpretações da Torá (lei escrita mosaica) prevalecia a casuística (estudo de casos).

Jesus rejeita a Halaká, na medida em que esta deturpa a vontade de Deus, substituindo-a por normas humanas. Ele respeitava e vivia o sentido profundo da Torá, expressão da vontade de Deus. Mas vivia com liberdade. A lei para Jesus deve estar a serviço do ser humano e não ao contrário. Cristo assume e supera a Torá sempre em função da novidade da chegada do Reino.

Jesus mostra um novo modo de ser, penetrado pela experiência da gratuidade com que somos amados pelo Deus do Reino. Só vivificados pela experiência de que somos amados com total gratuidade pelo Pai, é que podemos perceber o significado profundo do amor aos inimigos. “Não é a lei que salva, mas a fé, o dom gratuito de Deus, e, simultaneamente, a resposta do ser humano.”

A atitude livre de Jesus diante da lei liberta o ser humano da imagem opressora de Deus. A libertação encontra-se na vivência da graça. Esta liberdade de Jesus em relação a lei foi interpretada pela comunidade cristã como uma exigência bem superior a lei, que coloca o ser humano em outro plano, bem mais profundo. Trata-se de ser ou não ser no Reino. Compreende-se assim, o susto dos discípulos, acostumados ao cumprimento superficial das normas da Halaká.

Foi como se Jesus tivesse dado aos discípulos, um novo mandamento. A observância da lei, sem o amor-serviço, é somente uma obra própria da atitude farisaica. Como era de se esperar, numa sociedade fortemente marcada pela Halaká, a liberdade de Jesus perante a lei suscitou grande escândalo. Os dirigentes do status decidiram eliminá-lo.

2. Atitude de Jesus em relação aos ricos

Entre os beneficiários do Reino, sempre gratuito, estão os pobres. A explicação é: a situação de injustiça em que