JESUITAS 2
Na Amazônia colonial portuguesa, os jesuítas foram responsáveis pelos primeiros contatos com os índios e por sua defesa frente aos colonos
Marcia Eliane Alves de Souza e Mello
1/6/2012
Uma Ordem Régia do rei Felipe III (1598-1621) estabeleceu uma nova unidade administrativa ligada diretamente a Portugal em 1618. Para se ter uma ideia de seu tamanho, o então chamado Estado do Maranhão abrangia os atuais estados do Maranhão, Pará, Amazonas, Amapá e Piauí. E foi nesse vasto espaço geográfico que a ação dos jesuítas se configurou como um dos pilares da colonização amazônica.
Na primeira fase da atuação jesuítica na Amazônia (1607-1643), destacam-se as atividades promovidas pelo padre Luís Figueira, que avançou para o Maranhão, em 1607, para fazer contato com os índios caetés na Serra do Ibiapaba. Após a expulsão dos franceses do Maranhão e o restabelecimento da paz, ele se fixou em São Luís, em 1622, com um grupo de missionários. Somente em 1636 dirigiu-se com outros missionários ao Pará, dando início à fundação de aldeias na região do Tocantins e do Baixo Xingu. Em 1643, quando regressava ao Pará com 14 missionários vindos de Lisboa, um infortúnio resultou na morte dos religiosos pelos índios aruans, então em guerra com os portugueses.
Os jesuítas efetivamente se instalam, a partir de 1653,em São Luís e Belém, onde fundam conventos e colégios, dando início à segunda fase de sua atuação na Amazônia colonial (1653-1686), fortemente marcada pelas queixas envolvendo colonos e o uso da mão de obra indígena. É nesse cenário que se destaca a figura do padre Antônio Vieira (1608-1697), com seus famosos sermões contra o aprisionamento dos índios nas guerras promovidas pelos portugueses e sua atuação na defesa de novas leis referentes aos nativos. Embora várias atividades dos jesuítas se inserissem positivamente em diversos aspectos da vida cotidiana, como no ensino aos filhos dos moradores, obras de caridade e visita aos doentes, as tensões causadas pela